O paradoxo é grande: o Rio Grande do Sul estava inundado, mas não havia uma gota d'água saindo das torneiras das casas atingidas. Faltou água para tomar banho, lavar as roupas ou limpar a casa, e para beber havia apenas as garrafas e os galões de água mineral que chegavam em meio às doações de alimentos, comida e remédios.
A crise no abastecimento de água potável atingiu mais de 500 mil residências em razão das enchentes na área metropolitana de Porto Alegre, onde cinco das seis estações de tratamento e distribuição pararam de funcionar porque os sistemas de bombeamento foram alagados com a cheia do Lago Guaíba. Segundo o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), 85% da capital gaúcha e municípios vizinhos ficaram sem abastecimento de água durante as enchentes de maio deste ano.
Em decorrência dos estragos causados pelas enchentes nas estações de tratamento de água em Porto Alegre, não havia água potável nos supermercados, bares ou restaurantes. O problema era maior nos abrigos, que ficaram sem fornecimento de água e onde fazer a higiene pessoal era uma “missão impossível”.
Essa paralisação em parte do sistema de abastecimento impediu a chegada de água na torneira da população e o enxugamento do rio que se formou nas ruas e avenidas da cidade.
Segundo o Dmae, a profundidade do maquinário, o peso dos equipamentos e a altura da água prejudicaram o acesso e o seu conserto mais célere, atrasando a retomada da operação e abastecimento nesses locais.
Estudos estimam que os prejuízos diretos relacionados a abastecimento de água foram de 10,5 milhões de reais, já o prejuízo para o sistema de esgotamento sanitário foi 15,8 milhões de reais.
Há ainda falta de água potável em diversas cidades do Estado, e isso é uma das maiores preocupações, pois devido à grande procura em mercados, o produto acabou nas prateleiras e existe o risco de que as pessoas recorram à água contaminada para seu consumo.
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