Um quarto da população mundial enfrentou em 2021 uma grave escassez de água por pelo menos um mês por ano, e a crise está levando muitos a buscar uma vida mais segura fora do seu país de origem.
A escassez de água afeta aproximadamente 40% da população mundial e, segundo estimativas das Nações Unidas e do Banco Mundial, secas poderiam levar 700 milhões de pessoas a migrarem de sua terra.
Ao longo do século 20, o uso mundial de água cresceu mais do que o dobro da taxa de crescimento populacional. Essa dissonância está levando atualmente muitas cidades a racionar água, de Roma e Cidade do Cabo a Lima e municípios do Brasil.
A crise da água tem estado todos os anos, desde 2012, entre os cinco maiores perigos na lista de Riscos Globais por Impacto do Foro Econômico Mundial.
Em 2017, secas severas contribuíram para a pior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial, com 20 milhões de pessoas na África e Oriente Médio se vendo obrigadas a abandonar suas casas devido à escassez de alimentos e aos conflitos envolvendo acesso a água.
Em nenhum lugar o efeito duplo de estresse hídrico e mudança climática é mais evidente do que na ampla bacia dos rios Tigre e Eufrates, que inclui Turquia, Síria, Iraque e oeste do Irã. Segundo imagens de satélite, a região está perdendo água subterrânea mais rápido que quase qualquer outro lugar do mundo.
Vários países estão impulsionando iniciativas para administrar melhor a água. O Peru, por exemplo, requer que os provedores de serviços de água revertam parte de seus lucros em pesquisa e uso de infraestrutura verde na gestão de águas pluviais.
O Vietnã está combatendo a poluição industrial ao longo de sua parte do Delta do Mekong e integrando infraestruturas para garantir uma distribuição mais justa entre seus residentes urbanos e rurais.
À medida que as mudanças climáticas e o crescimento populacional continuam a agravar o problema das secas em todo o mundo, essas soluções serão cada vez mais necessárias para interromper o conflito e a migração forçada das pessoas.
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-58319129
Comments